(FGV/FUNARTE/ADMINISTRADOR/2014)
No título dado à crônica – Brasileiro, homem do amanhã – a palavra sublinhada está empregada fora de sua classe gramatical (derivação imprópria). A frase em que ocorre o mesmo tipo de derivação é:
(A) “Adiamos tudo: o bem e o mal, o bom e o mau, que não se confundem, mas tantas vezes se desemparelham”;
(B) “Adiamos o trabalho, o encontro, o almoço, o telefonema, o dentista, o dentista nos adia, a conversa séria, o pagamento do imposto de renda, as férias, a reforma agrária, o seguro de vida, o exame médico, a visita de pêsames, o conserto do automóvel, o concerto de Beethoven, o túnel para Niterói, a festa de aniversário da criança, as relações com a China, tudo”;
(C) “Até o amor. Só a morte e a promissória são mais ou menos pontuais entre nós”;
(D) “Mesmo assim, há remédio para a promissória: o adiamento bi ou trimestral da reforma, uma instituição sacrossanta no Brasil”;
(E) “Entre endereços de embaixadas e consulados, estatísticas, indicações culinárias, o autor intercalou o seguinte tópico...”.
____________________
Na derivação imprópria - como o próprio enunciado nos diz - a palavra muda, migra de categoria gramatical.
No título da crônica "Brasileiro, homem do amanhã", de Paulo Mendes Campos, a palavra amanhã (originalmente, advérbio) é empregada como substantivo - determinada pelo artigo o [do (de+o) amanhã].
Na alternativa "A" temos também casos de derivação imprópria.
“Adiamos tudo: o bem e o mal, o bom e o mau, que não se confundem, mas tantas vezes se desemparelham”
Note: bem e mal são originalmente advérbios; bom e mau, adjetivos. Contudo, nesse caso - por conta dos artigos, determinantes, foram empregadas como substantivos.
Portanto, derivação imprópria.
Gabarito: Alternativa A.